01 – “Compete ao salmista proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as leituras. Para bem exercer sua função, é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção” (IGMR 102).
02 – Embora a Instrução Geral fale de “proclamar”, e que é correta, dada a natureza poética do salmo, contudo, liturgicamente, é melhor falar de canto ou recitação, principalmente na modalidade “responsorial”, que é a mais antiga. O salmo é a resposta da assembléia à palavra ouvida, portanto tem dimensão ascendente, e, na modalidade proposta, o salmista canta ou recita a antífona, que a assembléia responde no mesmo tom, continuando o salmista a cantar ou recitar as estrofes entre as quais a assembléia repete a antífona.
03 – A Instrução Geral fala apenas de “saber salmodiar e ter boa pronúncia e dicção”, mas recomenda-se ao salmista cultivar também a espiritualidade bíblica e sálmica, identificando-se com o autor sagrado nos diferentes gêneros sálmicos. Aqui, é desejável, pois, a formação bíblica, especialmente aquela ligada à salmodia
FUNÇÕES DOS CANTORES DO CORAL, ANIMADOR DO CANTO, MÚSICOS E ORGANISTAS
01 – “Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e promover a ativa participação dos fiéis no canto” (IGMR 103).
02 – Vê-se pela Instrução que não é função dos cantores substituir os fiéis na execução do canto litúrgico, mas favorecer e ajudar a sua participação. Mas isso, às vezes, não acontece. Muitos cantam sozinhos, em tom exageradamente alto, dificultando a participação de todos. Outras vezes são os instrumentos que acabam abafando a voz dos fiéis. Ouve-se a música, mas não se ouve a mensagem da letra, e esta é mais importante. Também, às vezes, canta-se algo que é apenas do gosto dos cantores, sem nenhuma fidelidade ao tempo litúrgico ou à festa que se celebra. Tudo isso precisa ser avaliado e repensado sempre, para que o canto litúrgico recupere a sua importância no âmbito da Liturgia.
03 – Conforme a Instrução Geral, “o que se diz do grupo de cantores vale também, com as devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o organista”. E conclui dizendo que “mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo”.
04 – É desejável que o canto litúrgico tenha nas celebrações o seu devido apreço, visto ser ele integrante das ações litúrgicas, e não mero enfeite festivo. Por isso, seus ministros precisam conhecer a real função do canto litúrgico, isto é, sua ministerialidade na Liturgia. Na prática muitas vezes se vê um canto sem tanta importância litúrgica elaborado, porém, com muito esmero, e outro, de maior importância, como que não trabalhado devidamente, o que acaba por manifestar desconhecimento por parte dos responsáveis pela equipe do canto. Fala-se aqui dos graus de importância do canto na Liturgia, ou seja, da compreensão de sua graduação.